VENDA DO PINHEIRÃO


Marcelo Elias/ Gazeta do Povo

Na véspera do leilão que colocará o Pinheirão à venda, a construtora OAS está negociando com a Federação Paranaense de Futebol (FPF) a compra do terreno. A triangulação tem como beneficiário direto o Coritiba.

A empreiteira baiana não descarta resolver ainda hoje, antes mesmo da venda pública, selar a negociação. Para isso, no entanto, precisaria resolver pendências bu­­rocráticas do imóvel – com dívidas estimadas em R$ 60 milhões.

Para antecipar a transação em 24 horas, a grande interessada precisa também depositar R$ 5 milhões na conta da União. Esse valor, referentes a débitos da FPF em tributos federais, provocou a marcação do leilão (com lance inicial de R$ 66 milhões).

A construtora é a que está le­­vantando a Arena das Dunas, sede de Natal para a Copa do Mundo. Participa ainda do consórcio da recriação da Fonte Nova, em Sal­­vador, também com vistas ao Mundial. Por fim, é a responsável pela nova casa do Grêmio, em Porto Alegre.

Procurada pela Gazeta do Povo, a OAS não quis se manifestar sobre o assunto – ao contrário do Coritiba, que negou mais uma vez com veemência (leia mais nesta página).

Desde que o estádio foi colocado à venda (em 1.º de setembro), a FPF garante ter recebido diversas consultas – mas nada seduziu tan­­to como a OAS e a parceria com o Coxa. Entre as sondagens, houve uma proposta para erguer uma arena multieventos, sem futebol.
Caso vença a corrida pelo terreno de 124 mil m² do Tarumã, a OAS deverá tirar o Alviverde do Alto da Glória. O projeto prevê a cessão por parte do Coxa do Couto Pereira e do CT da Graciosa para receber um estádio com capacidade para 45 mil pessoas, ao custo de cerca de R$ 440 milhões.

No entanto, a mudança de mo­­rada dos coritibanos depende de uma aprovação de seu Conselho Deliberativo. Considerando a força e o prestígio do vice-presidente coxa-branca Vilson Ribeiro de Andrade – ele tem tudo para ser aclamado presidente na eleição ao final do ano – o acerto não deve encontrar resistência.

Outro componente da empreitada poderia ser o Grupo J. Malucelli. O conjunto de empresas paranaense chegou a negociar uma parceria com a OAS, mas optou por esperar. “O preço não está muito convidativo e é uma região de difícil viabilização“, declarou Joel Malucelli, presidente-fundador do grupo.

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